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"Brossário"

1-Porque é importante ler Machado de Assis?

o ler Machado de Assis, lemos a nós mesmos. Estamos em seus personagens. Sua escrita revela nossas ambigüidades mais latentes, mostrando a essencialidade que nos pervaga a todos.

Suas histórias são irônicas, reveladoras de coisas que todo mundo sabe, mas não comenta... Elas falam de valores morais que todos criticam, mas têm.
Quando alguém diz que Machado é "cético", é disso que está falando: esse ótimo escritor não acreditava nas boas intenções, na bondade, na generosidade, no amor romântico, na eterna lealdade.

Conhecimento da alma humana em sua paradoxalidade, em seu estado permanente de unidade dual (bem e mal habitando a mesma casa). Por isso, não há moralismos ou maniqueísmos em sua escrita.

2-Como relacionar Yn Yang com Machado de Assis?

O Yin representa a escuridão, o princípio passivo, feminino, frio e noturno. Já o Yang representa a luz, o princípio ativo, masculino, quente e claro. Além disso, também são indicados como o Tigre e o Dragão, representando lados opostos. Quanto mais Yin você possuir, menos Yang terá e, quanto mais Yang possuir menos Yin você terá.

3-Relacionar alguns trechos que vc achar mas importante no texto “A IGREJA DO DIABO” (Machado de Assis).

O Diabo sorriu com certo ar de escárnio e triunfo. Tinha alguma idéia cruel no espírito, algum reparo picante no alforje da memória, qualquer coisa que, nesse breve instante da eternidade, o fazia crer superior ao próprio Deus. Mas recolheu o riso, e disse:

- Só agora concluí uma observação, começada desde alguns séculos, e é que as virtudes, filhas do céu, são em grande número comparáveis a rainhas, cujo manto de veludo rematasse em franjas de algodão. Ora, eu proponho-me a puxá-las por essa franja, e trazê- las todas para minha igreja; atrás delas virão as de seda pura...

Não se deteve um instante. O pasmo não lhe deu tempo de refletir, comparar e concluir do espetáculo presente alguma coisa análoga ao passado. Voou de novo ao céu, trêmulo de raiva, ansioso de conhecer a causa secreta de tão singular fenômeno. Deus ouviu-o com infinita complacência; não o interrompeu, não o repreendeu, não triunfou, sequer, daquela agonia satânica. Pôs os olhos nele, e disse:

- Que queres tu, meu pobre Diabo? As capas de algodão têm agora franjas de seda, como as de veludo tiveram franjas de algodão. Que queres tu? É a eterna contradição humana.

A previsão do Diabo verificou-se. Todas as virtudes cuja capa de veludo acabava em franja de algodão, uma vez puxadas pela franja, deitavam a capa às urtigas e vinham alistar-se na igreja nova. Atrás foram chegando as outras, e o tempo abençoou a instituição. A igreja fundara-se; a doutrina propagava-se; não havia uma região do globo que não a conhecesse, uma língua que não a traduzisse, uma raça que não a amasse. O Diabo alçou brados de triunfo.

4-Um texto no qual se identifica a Igreja do Diabo.

O Homem que dasafiou o Diabo.

Poesia Adélia Prado

Poesia:

Ensinamento


Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais findo do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
"Coitado, até essa hora no serviço pesado."

Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente.

Não me falou em amor.Essa palavra de luxo.

Adélia Prado

"Poesia falando de poesia"

Falando de poesia

Falando de poesia
Guida Linhares

I -Poesia é sonho mágicoem
palavras realizado.Passando
pelo trágico,até o mundo encantado.***

II -A poesia é uma ponteque
enternece os corações.Ainda
que desapontequando
põe fim às ilusões.***

III -A poesia é quase tudo.O vento que
afaga o rosto,em versos que sobretudo,
afastam muito o desgosto.***

IV -A convidada poesiabateu na minha
porta.Abri com muita alegria,ser feliz
é o que importa.***

Guida Linhares

O que è projeto nurc?

Projeto de Estudo da Norma Lingüística Urbana Culta de São Paulo

"Análise do filme Billy Elliot"

Analise do filme “BILLY ELLIOT”

O filme retrata uma história de um garoto de 11 anos que desde pequeno foi acostumado a viver em um ambiente carregado de preconceito machista. Instruído pelo pai a aprender lutar boxe, Billy seguiu para uma direção totalmente contrária a esses anseios: começou a interessar-se por balé.

Neste tempos em que a crítica feminista e a análise teórica de gêneros se fortalecem, é inevitável ver Billy Elliot também como uma obra sexualmente libertária. Billy é um garoto heterossexual (ao contrário de seu melhor amigo, gay assumido), mas isso não o impede de ter várias qualidades femininas e desgostar de certas coisas típicas do universo masculino. A ausência da mãe, que poderia protegê-lo e servir-lhe de espelho, agrava a situação. Em seu lugar, aparece uma professora de balé, também infeliz na vida familiar, que consegue reconhecer em Billy o talento e a vocação para a dança. Entretanto, ela não é a mãe. E Billy não está disposto a destruir sua relação com o pai e o irmão.Só há uma coisa em Billy Elliot que, definitivamente, não está em seu lugar: a tradução das legendas. Que fiasco! Há inúmeros palavrões, principalmente "fuck of", que viraram "não enche". Imagine alguém levando um cacetete na cabeça e gritando "não enche" para o policial... Mas isso até já virou padrão nessas terras de falso moralismo e puritanismo de fachada. A pior mancada de todas, contudo, é quando a situação do marido da professora de balé é definida como "ele se tornou redundante". O cara foi despedido, está desempregado! Tem que baixar o cacete na cabeça do tradutor. Fuck of!

Talvez, os próprios créditos iniciais, maravilhosos, que mostram Billy pulando em câmara lenta, parecem sugerir um filme sobre a dança. A "story-line", poderosa em sua simplicidade, também não poderia ser outra: "garoto quer trocar box por balé". Mas será que a obra de Daldry é mesmo sobre a dança? Creio que não. A dança é parte importante do filme, assim como a música (e que bela trilha, abusando de T.Rex e com uma seqüência antológica com The Clash); contudo, o tema de Billy Eliot é outro. O que realmente emociona, o que realmente faz a história adquirir a grandeza que ela tem, é o retrato de um garoto órfão de mãe, condenado a cuidar de sua avó e a agüentar um pai e um irmão grosseiros, ambos reis da testosterona, incapazes de perceber no caçula da família algo que nunca terão: sensibilidade.Assim como no garoto Billy, minha rebeldia não tem a intenção de ferir ninguém, só existe com o propósito de me fazer bem. Uma das mais belas cenas no filme, é quando Billy dança, dança de raiva. Ele está numa prisão, e tudo o que ele precisa é sentir-se bem e a sua dança, vista com maus olhos, é o que lhe satisfaz.

"Resuno do texto negrinha"

Negrinha é narrativa em terceira pessoa, impregnada de uma carga emocional muito forte. Sem dúvida alguma é conto invejável:"Negrinha era uma pobre órfã de sete anos. Preta? Não; fusca, mulatinha escura, de cabelos ruços e olhos assustados. Nascera na senzala, de mãe escrava, e seus primeiros anos vivera-os pelos cantos escuros da cozinha, sobre velha esteira e trapos imundos. O corpo de Negrinha era tatuado de sinais, cicatrizes, vergões. Batiam nele todos os dias, houvesse ou não houvesse motivo. Sua pobre carne exercia para os cascudos, cocres e belicões a mesma atração que o ímã exerce para o aço. Mãos em cujos nós de dedos comichasse um cocre, era mão que se descarregaria dos fluidos em sua cabeça. De passagem. Coisa de rir e ver a careta..." D. Inácia era má demais e apesar da Abolição já ter sido proclamada, conservava em casa Negrinha para aliviar-se com "uma boa roda de cocres bem fincados!..." Uma criada furtou um pedaço de carne ao prato de Negrinha e a menina xingou-a com os mesmos nomes com os quais a xingavam todos os dias.

"Fábula de Millôr Fernandes"

A Viúva
Quando a amiga lhe apresentou o garotinho lindo dizendo que era seu filho mais novo, ela não pôde resistir e exclamou: " Mas como, seu marido não morreu há cinco anos?" "Sim, é verdade" — respondeu então a outra, cheia daquela compreensão, sabedoria e calor que fazem os seres humanos — "mas eu não".