"Poesia falando de poesia"

Falando de poesia

Falando de poesia
Guida Linhares

I -Poesia é sonho mágicoem
palavras realizado.Passando
pelo trágico,até o mundo encantado.***

II -A poesia é uma ponteque
enternece os corações.Ainda
que desapontequando
põe fim às ilusões.***

III -A poesia é quase tudo.O vento que
afaga o rosto,em versos que sobretudo,
afastam muito o desgosto.***

IV -A convidada poesiabateu na minha
porta.Abri com muita alegria,ser feliz
é o que importa.***

Guida Linhares

O que è projeto nurc?

Projeto de Estudo da Norma Lingüística Urbana Culta de São Paulo

"Análise do filme Billy Elliot"

Analise do filme “BILLY ELLIOT”

O filme retrata uma história de um garoto de 11 anos que desde pequeno foi acostumado a viver em um ambiente carregado de preconceito machista. Instruído pelo pai a aprender lutar boxe, Billy seguiu para uma direção totalmente contrária a esses anseios: começou a interessar-se por balé.

Neste tempos em que a crítica feminista e a análise teórica de gêneros se fortalecem, é inevitável ver Billy Elliot também como uma obra sexualmente libertária. Billy é um garoto heterossexual (ao contrário de seu melhor amigo, gay assumido), mas isso não o impede de ter várias qualidades femininas e desgostar de certas coisas típicas do universo masculino. A ausência da mãe, que poderia protegê-lo e servir-lhe de espelho, agrava a situação. Em seu lugar, aparece uma professora de balé, também infeliz na vida familiar, que consegue reconhecer em Billy o talento e a vocação para a dança. Entretanto, ela não é a mãe. E Billy não está disposto a destruir sua relação com o pai e o irmão.Só há uma coisa em Billy Elliot que, definitivamente, não está em seu lugar: a tradução das legendas. Que fiasco! Há inúmeros palavrões, principalmente "fuck of", que viraram "não enche". Imagine alguém levando um cacetete na cabeça e gritando "não enche" para o policial... Mas isso até já virou padrão nessas terras de falso moralismo e puritanismo de fachada. A pior mancada de todas, contudo, é quando a situação do marido da professora de balé é definida como "ele se tornou redundante". O cara foi despedido, está desempregado! Tem que baixar o cacete na cabeça do tradutor. Fuck of!

Talvez, os próprios créditos iniciais, maravilhosos, que mostram Billy pulando em câmara lenta, parecem sugerir um filme sobre a dança. A "story-line", poderosa em sua simplicidade, também não poderia ser outra: "garoto quer trocar box por balé". Mas será que a obra de Daldry é mesmo sobre a dança? Creio que não. A dança é parte importante do filme, assim como a música (e que bela trilha, abusando de T.Rex e com uma seqüência antológica com The Clash); contudo, o tema de Billy Eliot é outro. O que realmente emociona, o que realmente faz a história adquirir a grandeza que ela tem, é o retrato de um garoto órfão de mãe, condenado a cuidar de sua avó e a agüentar um pai e um irmão grosseiros, ambos reis da testosterona, incapazes de perceber no caçula da família algo que nunca terão: sensibilidade.Assim como no garoto Billy, minha rebeldia não tem a intenção de ferir ninguém, só existe com o propósito de me fazer bem. Uma das mais belas cenas no filme, é quando Billy dança, dança de raiva. Ele está numa prisão, e tudo o que ele precisa é sentir-se bem e a sua dança, vista com maus olhos, é o que lhe satisfaz.

"Resuno do texto negrinha"

Negrinha é narrativa em terceira pessoa, impregnada de uma carga emocional muito forte. Sem dúvida alguma é conto invejável:"Negrinha era uma pobre órfã de sete anos. Preta? Não; fusca, mulatinha escura, de cabelos ruços e olhos assustados. Nascera na senzala, de mãe escrava, e seus primeiros anos vivera-os pelos cantos escuros da cozinha, sobre velha esteira e trapos imundos. O corpo de Negrinha era tatuado de sinais, cicatrizes, vergões. Batiam nele todos os dias, houvesse ou não houvesse motivo. Sua pobre carne exercia para os cascudos, cocres e belicões a mesma atração que o ímã exerce para o aço. Mãos em cujos nós de dedos comichasse um cocre, era mão que se descarregaria dos fluidos em sua cabeça. De passagem. Coisa de rir e ver a careta..." D. Inácia era má demais e apesar da Abolição já ter sido proclamada, conservava em casa Negrinha para aliviar-se com "uma boa roda de cocres bem fincados!..." Uma criada furtou um pedaço de carne ao prato de Negrinha e a menina xingou-a com os mesmos nomes com os quais a xingavam todos os dias.

"Fábula de Millôr Fernandes"

A Viúva
Quando a amiga lhe apresentou o garotinho lindo dizendo que era seu filho mais novo, ela não pôde resistir e exclamou: " Mas como, seu marido não morreu há cinco anos?" "Sim, é verdade" — respondeu então a outra, cheia daquela compreensão, sabedoria e calor que fazem os seres humanos — "mas eu não".